Rio de Janeiro, 1897 - 1976
Ver obras do artistaEmiliano Augusto Cavalcanti de Albuquerque e Melo, conhecido como Di Cavalcanti, nasceu no Rio de Janeiro em 1897 e faleceu na mesma cidade em 1976. Foi um pintor, ilustrador, caricaturista, gravador, muralista, desenhista, jornalista, escritor e cenógrafo. Destacou-se como um dos principais expoentes da pintura brasileira, especialmente por retratar figuras populares e buscar uma arte nacional.
Di Cavalcanti iniciou sua carreira como ilustrador em 1914 e publicou sua primeira caricatura na revista Fon-Fon. Em 1917, mudou-se para São Paulo, onde frequentou a Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, realizou sua primeira exposição individual e trabalhou para a revista O Pirralho.
Inspirado pelo ambiente cultural paulistano e pela exposição de Anita Malfatti, Di Cavalcanti retomou seus estudos de pintura com o alemão Georg Elpons. Suas primeiras obras, como Figura e Mulher em Pé, foram elogiadas por Mário de Andrade, que o chamou de "menestrel dos tons velados".
Amigo de intelectuais como Oswald de Andrade e Guilherme de Almeida, Di Cavalcanti foi um dos idealizadores da Semana de Arte Moderna de 1922, criando o catálogo e o cartaz do evento e expondo suas obras. Em 1923, viajou a Paris, onde estudou na Académie Ranson e conheceu importantes pintores contemporâneos como Pablo Picasso, Georges Braque e Henri Matisse. Essas influências foram evidentes em obras como Samba (1925), onde combinou elementos das vanguardas europeias com uma temática nacionalista e social.
Retornando ao Brasil em 1925, Di Cavalcanti filiou-se ao Partido Comunista do Brasil em 1928 e começou a explorar cores mais vivas, como visto em Cinco Moças de Guaratinguetá (1930). Fundou o Clube dos Artistas Modernos em 1932 e publicou a série A Realidade Brasileira (1933), criticando o militarismo.
Nos anos 1940, alcançou maturidade artística e reconhecimento público, tornando-se um defensor da arte figurativa. Seus murais, como o painel do Hotel Jaraguá (1954) e Candangos (1960), mostraram sua habilidade em retratar temas sociais e nacionais.
Di Cavalcanti sempre procurou refletir a realidade brasileira em sua arte, destacando-se por suas representações realistas e pela construção de uma identidade nacional por meio de sua obra.