Mario Zanini
Origem: Brasil
Nascimento: 1907
Falecimento: 1971
Mario Zanini (São Paulo 1907, idem 1971)
Ao longo dos 47 anos, divididos entre uma dura jornada de trabalho e sua paixão pela pintura, Mário Zanini documentou com simplicidade e emoção, muitos dos aspectos e personagens que foram, paulatinamente, desaparecendo do cenário da cidade. Lavadeiras, banhistas ou regatas no Tietê, aspectos e personagens urbanos para muitos de nós inimagináveis, hoje, são, no entanto, registros plásticos de que esta Paulicéia Desvairada, já foi um dia bucólica, provinciana e, sobretudo, humanamente habitada. Aos 13 anos, ingressa no curso de pintura da Escola Profissional Masculina do Brás, concluindo-o em 1922, ano em que começa a trabalhar como letrista na Companhia Antártica Paulista. Em 1924, com a intenção de adquirir o domínio necessário da base artesanal do ofício, deixa a fábrica e ingressa no curso noturno de desenho e artes no Liceu de Artes e Ofícios, no qual diploma-se em 1926. Em 1928, frequenta por alguns meses o ateliê do professor alemão George Elpons. É aproximadamente, por esta época, que exercendo o ofício de mestre-decorador de residências, para o seu sustento, conheceria Volpi e Rebolo. Por volta de 1934, passa a dividir com Rebolo a sala, transformada em ateliê-escritório, que este alugara no Palacete Santa Helena a fim de facilitar a contratação dos serviços de pintura e decoração. Poucos meses depois, Zanini muda-se sozinho para a sala ao lado, a de no.233, mas que viria a dividir com Manoel Martins e Clóvis Graciano. É desta convivência cotidiana e afinidade de interesses que surge o chamado Grupo do Santa Helena. Núcleo central dos futuros salões da Família Artística Paulista, a FAP. Atingindo plena maturidade como pintor, em 1940, Zanini recebe seu primeiro reconhecimento oficial ao conquistar a medalha de prata no 46º Salão Nacional de Belas Artes no Rio de Janeiro. E é convidado, por Paulo Rossi Osir, a trabalhar no seu recém-criado ateliê-oficina de azulejos artísticos, a Osirarte. Considerado por Volpi, seu constante companheiro, o mais assíduo do ateliê, Zanini foi também seu mais fiel colaborador, já que só se desligou do ateliê quando este fechou suas portas definitivamente, em 1959. No início dos 50, ao retornar de uma viagem a Europa com Volpi e Rossi, Zanini encontra o cenário artístico do país consumindo-se no confronto entre abstração e figuração. E como decorrência das Bienais Internacionais de São Paulo, generalizava-se a necessidade de renovação da linguagem artística, em direção a um maior rigor formal, consoante as correntes construtivistas do pós-guerra. A fim então, de avaliar o que tantos perseguiam, incursiona rapidamente pela abstração geométrica. Insatisfeito com a experiência retorna definitivamente à sua pintura anterior, à figuração, à temática social. Tal atitude, interpretada na época como uma postura acadêmica de repúdio aos novos -ismos, exprime uma autenticidade extrema dos propósitos de Zanini e de sua pintura. O desejo de uma auto-expressão, a busca de uma linguagem pictórica própria, individualizada, bem como o exercício da pintura ao ar livre e do desenho com modelos vivos, marcaram profundamente vida e obra de Mário Zanini. cotidiano, seja nas diversões ou nas devoções.
Fonte: www.mac.usp.br