Hermelindo Fiaminghi
Origem: Brasil
Nascimento: 1920
Falecimento: 2004
Hermelindo Fiaminghi nasceu na cidade de São Paulo-SP, no ano de 1920.
Aos 15 anos começou a trabalhar na Companhia Melhoramentos de São Paulo, travando então um primeiro contacto com as artes gráficas, o desenho e a litografia.
De 1936 a 1941 cursou o Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo e, em 1942, tornou-se discípulo do pintor Waldemar da Costa.
De 1938 a 1946 trabalhou em litografia com diversas gráficas de São Paulo, passando nesse último ano a se dedicar também à publicidade, na Lintas International Advertising.
Grupo Ruptura
Ligando-se em 1955 ao Grupo Ruptura, trabalha em suas próprias pinturas e na produção gráfica de poemas-cartazes de diversos poetas, marcando presença na Exposição Nacional de Arte Concreta realizada em 1956 no MAM-SP e levada em 1957 ao MAM-RJ.
Entre 1958 e 1959, quando concebe a que talvez seja sua série de obras mais apreciada - os virtuais -, Fiaminghi integrou o Ateliê Coletivo do Brás, ao lado de Waldemar Cordeiro, Kazmer Fejer e Maurício Nogueira Lima.
Nesse último ano, rompe o com Waldemar Cordeiro, numa carta em que o acusa, e aos demais concretistas paulistas, de sectarismo e excesso de dogmatismo. Não obstante, participa em 1960 da Exposição Internacional de Arte Concreta realizada em Zurich.
Retícula, cor e luz
A partir de 1960 Fiaminghi se concentra na pesquisa do que chamou de retícula-cor-luz e no estudo das possibilidades expressivas do off-set.
Com outros colegas, funda, em 1963, a Associação de Artes Visuais e a Galeria NT-Novas Tendências. Em 1970, cria, em São José dos Campos, o Ateliê Livre de Artes Plásticas, que por algum tempo orienta.
Em 1977 é um dos expositores da mostra Projeto Construtivo Brasileiro na Arte, realizada sucessivamente na Pinacoteca do Estado de São Paulo e no MAM-RJ, com organização de Aracy Amaral.
Exposições e retrospectivas
Paralelamente, também integrará coletivas como o Salão Paulista de Arte Moderna (medalha de prata em 1955, de ouro em 1975), Tradição e Ruptura (1984, São Paulo), Bienal Brasil Século XX (1994, São Paulo), várias vezes a Bienal de São Paulo (1955, 1957, 1971, 1975 - sala especial em 1971).
O MAM-SP dedicou-lhe em 1980 uma primeira retrospectiva (Fiaminghi - Décadas de 50-60-70), à qual se seguiria em 1995, na Galeria São Paulo, segunda e mais completa retrospectiva: Fiaminghi Cor-Luz 1995.
Sobre a contribuição desse artista ao movimento concreto brasileiro assim escreveu Aracy Amaral:
Em sua ampla série de “virtuais” Fiaminghi desenvolve exercícios plásticos de rara inventividade compondo, com Luís Sacilotto, obras de instigantes soluções espaciais através de uma imensa economia de meios. Essa série, com as suas experiências cor-luz que depois desenvolveria em off-set, seria a sua grande contribuição dentro do movimento concreto.
Fonte: CD-Rom 500 Anos de Pintura Brasileira