Franz Weissmann

Franz Weissmann

Origem: Áustria
Nascimento: 1911
Falecimento: 2005

Franz Josef Weissmann nasce em 15 de setembro de 1911, na cidade de Knittelfeld, próxima a Viena, na Áustria. O pai de Weissmann é diretor da ferrovia local. Sua militância em favor da social-democracia e o cargo que ocupa tornam-se, circunstancialmente, antagônicos. Sofrendo pressões políticas, decide seguir o fluxo migratório da Europa para as Américas. Em 1921, Karl e Hedwig desembarcam no porto de Santos, em São Paulo, trazendo os seus quatro filhos: Karl, o mais velho, Franz, Stefan e Fritz, o mais jovem. Decidem instalar-se na fronteira de São Paulo com o Paraná. Todos passam a trabalhar em plantações de algodão. Em 1927, Karl Weissmann vende suas terras e muda-se com a família para a cidade de São Paulo. Estabelece uma fábrica, de pequena capacidade, para produção de carroçerias para ônibus. Ao contrário de Fritz, o irmão mais novo, que trabalha com o pai, Franz decide sair de casa. Tem 16 anos de idade e fascinação por pintura. Procura ver todas as mostras de arte exibidas na cidade. Vai exercer diversas profissões, do ensino de português para imigrantes ao cargo de secretário particular da presidência do jornal Deutsche Zeitung, da colônia alemã local. A fábrica de carroçerias para ônibus não prospera em São Paulo. Em 1932, KarlWeissmann decide remontá-la na cidade do Rio de Janeiro, em companhia de Fritz. Morrerá pouco tempo depois de mudar-se. Com a morte do pai, Franz decide reencontrar o irmão, no Rio de Janeiro, em 1933. Hedwig junta-se aos filhos, que agora trabalham na oficina mecânica que restou do negócio iniciado pelo pai e freqüentam o curso ginasial noturno.

Em 1937, Fritz matricula-se no curso preparatório para a Escola Politécnica, com duração de dois anos. Reveza com Franz a cada semana de aulas, porque o curso é diurno e o trabalho na oficina é prioritário. Morre Hedwig Weissmann. Em 1939, depois de prestar os exames de admissão para o curso de engenharia, os dois irmãos mudam de planos: Fritz decide dedicar-se exclusivamente ao restabelecimento da fábrica de carroçerias para ônibus; Franz, por sua vez, faz matrícula no curso de arquitetura da Escola Nacional de Belas Artes. Muito embora acreditasse ser a pintura sua verdadeira vocação, Weissmann receia enfrentar os ataques freqüentes à virilidade daqueles que a praticam.Um número considerável de estudantes que sairá da ENBA até 1944 contesta o ensino ali ministrado, iniciando uma série de polêmicas que repercute não só sobre a política dos estabelecimentos oficiais, mas sobretudo na produção de arte brasileira. Os arquitetos Maurício Roberto, Francisco Bolonha e Flávio de Aquino, os escultores Alfredo Ceschiatti, José Pedrosa e o pintor Iberê Camargo são alguns dos nomes representativos da geração da qual Franz Weissmann é parte. A inadaptação ao currículo acadêmico fará com que Weissmann abandone o curso de arquitetura e matricule-se nas sessões de desenho, posteriormente substi tuídas por aulas de pintura e escultura. Em 1941, decide abandonar a ENBA. No ano seguinte, torna-se aluno do escultor polonês August Zamoyski, radicado no Brasil. Muda-se para Belo Horizonte, em 1945. Casa-se com Neuza Bezerra, em 31 de julho de 1947. Além de dar aulas particulares de desenho e escultura, trabalha como corretor de imóveis. Colabora com o pintor Albertó da Veiga Guignard na fundação da primeira Escola de Arte Moderna da cidade, em 1948. Waltraud Weissmann, sua primeira filha, nasce em 16 de agosto de 1948; Manfrid Weissmann, o segundo filho, em 9 de abril de 1953. Mil novecentos e cinqüenta e cinco é o ano de sua adesão ao Grupo Frente, que reúne alguns dos principais nomes da vanguarda concretista no Rio de Janeiro: Abraham Palatnik, Aluísio Carvão, Décio Vieira, Ferreira Gullar, Hélio Oiticica, Ivan Serpa, Lygia Clark e Lygia Pape. Em 19 de junho de 1956, Weissmann obtém o título de naturalização brasileira. Antes do fim do mesmo ano, volta a residir na cidade do Rio de Janeiro. Monta o seu ateliê no interior da fábrica de carrocerias para ônibus CIFERAL, de propriedade do seu irmão mais jovem, Fritz. Viaja à Europa em 30 de abril de 1959, com bolsa concedida pelo governo brasileiro. A família o acompanha. Visitam o Marrocos, a Itália, a Espanha e a Suíça. Weissmann, mulher e filhos voltam ao Brasil em 23 março de 1960. Em julho do mesmo ano, viaja sozinho ao Japão. Até novembro de 1960, terá visitado a ilha de Hong Kong, a Tailândia, o Vietnã, a India, a Áustria, a Grécia, a Itália, a França e a Bélgica. Em 1961, fixa residência em Paris. Inadaptado, vai a Roma no mesmo ano mas retorna a Paris, até mudar-se para Irún, uma aldeia de pescadores a 150m da fronteira da Espanha,com a França. Entre 1962 e 1964, Weissmann realizará mostras individuais em Madri, Roma e Spoletto. Retorna ao Brasil em maio de 1965, a convite do Museu de Arte Moderna de São Paulo, para realizar Sala Especial na VIII Bienal Internacional de São Paulo. Retoma o trabalho em seu ateliê na fábrica de carrocerias de ônibus CIFERAL, no Rio de Janeiro, e passa a viver em companhia dá crítica de arte Maria Eugenia Franco. Em 1968, Weissmann sobrevive a um acidente de ônibus, lançado em um dos precipícios da estrada para Petrópolis.

Em 17.de maio de 1979, durante cerimônia no auditório do jornal O Globo, Weissmann recebe o título de Carioca Honorário por uma obra “que contribui para a humanização da paisagem do Rio de Janeiro”. Três anos depois, com a crise falimentar da CIFERAL decretada, Weissmann é impedido de fazer uso das instalações da fábrica de propriedade do seu irmão mais jovem, no interior da qual criou e produziu esculturas por trinta anos. Transfere o ateliê para um galpão ao lado, no mesmo subúrbio de Ramos, zona norte do Rio de Janeiro, onde atualmente trabalha. Hoje, Weissman n continua a perseguir a formulação de hipóteses acerca da natureza provisória e instável do espaço, que devem nece ssariamente encontrar sua verificação na realidade concreta da obra, como entidade espacial e como escultura. Ele acredita que apenas na confluência entre o indivíduo e o coletivo é que a arte pode existir, verdadeiramente, para o homem.

Fonte: http: www.museuvirtual.com.br/


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